A última estação
Despojei-me da dureza, acreditei,
Dei asas a sonhos puros e doces,
Que um dia em meu coração floresceram,
Tentei, e em vão, não me arrependo;
Por isso, concedo-me o auto perdão.
Sob um céu estrelado, me encontrei,
Em meio a vales, montanhas, mar.
A terra, pequena, aos meus pés jazia;
Um pássaro livre, no infinito, eu voava.
Mas o sonho, frágil, se desfez.
Acordei de um sono profundo e escuro,
As ilusões se foram, o brilho esvaiu.
Restou a dor, a saudade e o vazio.
Como um galho seco, ao vento me rendo,
Rumo ao fim, sem medo, me precipito.
Agradeço a vida, a experiência, o amor,
Mesmo sabendo que a hora se aproxima.
Meu coração, um cofre trancado,
Guarda as lembranças de um sonho distante.
E de mãos dadas com a solidão, na última estação, ficarei.