A última estação

Despojei-me da dureza, acreditei,

Dei asas a sonhos puros e doces,

Que um dia em meu coração floresceram,

Tentei, e em vão, não me arrependo;

Por isso, concedo-me o auto perdão.

Sob um céu estrelado, me encontrei,

Em meio a vales, montanhas, mar.

A terra, pequena, aos meus pés jazia;

Um pássaro livre, no infinito, eu voava.

Mas o sonho, frágil, se desfez.

Acordei de um sono profundo e escuro,

As ilusões se foram, o brilho esvaiu.

Restou a dor, a saudade e o vazio.

Como um galho seco, ao vento me rendo,

Rumo ao fim, sem medo, me precipito.

Agradeço a vida, a experiência, o amor,

Mesmo sabendo que a hora se aproxima.

Meu coração, um cofre trancado,

Guarda as lembranças de um sonho distante.

E de mãos dadas com a solidão, na última estação, ficarei.

Samu Franco
Enviado por Samu Franco em 26/08/2024
Reeditado em 26/08/2024
Código do texto: T8137192
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