MEMÓRIAS CREPUSCULARES.
As horas da tarde
são crepusculares.
Elas passam,
quase se arrastam
trazendo lembranças,
crianças ao léu,
sabores e sorrisos.
Vez por outra
passa um gato
caminhando lentamente,
embrenhado-se na noite.
Assim, ora alegre,
ora triste,
fico sentado na varanda
e sinto a força
das horas crepusculares.
Entre lágrimas,
espantos e mansidões,
a tarde passa.
Naquela letargia
não sei se sigo ou se volto.
Fico preso nas memórias
das horas crepusculares.
A noite vai chegando
e aí eu me arrisco.
Enlouqueço-me
de luares e poesia.
Peito aberto,
perambulo na escuridão,
cantando novas canções.