TEMPO
Tempo
Cardodo I.
Tempo,
Precioso tempo,
Como posso controlar teus efeitos
Se nem se quer te vejo?
Apenas sinto em mim teus efeitos,
Vejo como tudo muda,
Como que num dia de festejo
Em que o inicio da música voa
E o final da festa breve chega.
Tempo,
Precioso tempo,
Como posso eternizar os momentos?
Se minha memória costuma falhar,
Toda vez que você passa por entre nós,
Castigando-nos com lições
Que volta e meia são difíceis de compreender.
Tempo,
Mostra-me teu relógio
Para que eu possa pará-lo
Enquanto aprecio meus pais
E vejo meus filhos crescerem.
Enquanto declamo um poema,
Quem sabe num dia de passeio.
Enquanto vejo meus amigos de infância
Crescerem todos iguais,
Realizando seus sonhos
Dando orgulho aos pais.
Tempo ,
Se ao menos pudesse pará-lo,
Eternizaria a vida,
Como quando escrevo um poema,
Ou declamo uma poesia,
Eu faria sempre o melhor,
Para que você me agraciasse,
A ficar um pouco mais,
A passar pela vida,
Com alegria e com paz.
Tempo,
Precioso tempo,
Infelizmente ecoa-te como um relógio,
Em excelente funcionamento,
Impossível de parar os movimentos.