A marcha progressiva do regresso ao barro
A marcha progressiva do regresso ao fim,
Desperta o vazio onde a vida se encerra,
Na curva silenciosa, o espírito enfim,
Abraça o mistério que a todos aterra.
É o retorno inevitável, passo a passo,
Ao sopro final, ao destino desvelado,
Onde o corpo, agora quieto em seu cansaço,
Repousa na terra, em paz aninhado.
No encontro com a sombra, a luz se faz clara,
Desfazendo os laços que o tempo enlaçou,
E na última dança, a alma se prepara,
Para o novo horizonte que sempre esperou.
Não é fim, mas a porta que se abre sutil,
No silêncio eterno, o começo se revela,
A marcha progressiva, embora tão sutil,
Nos leva ao regresso onde a vida se gela.
A marcha da decomposição compõe o DNA do barro,
Dali nasce o cacto, o gira Sol, a Rosa, o Abrolho
ou não nasce nada.