A marcha progressiva do regresso ao barro

A marcha progressiva do regresso ao fim,

Desperta o vazio onde a vida se encerra,

Na curva silenciosa, o espírito enfim,

Abraça o mistério que a todos aterra.

 

É o retorno inevitável, passo a passo,

Ao sopro final, ao destino desvelado,

Onde o corpo, agora quieto em seu cansaço,

Repousa na terra, em paz aninhado.

 

No encontro com a sombra, a luz se faz clara,

Desfazendo os laços que o tempo enlaçou,

E na última dança, a alma se prepara,

Para o novo horizonte que sempre esperou.

 

Não é fim, mas a porta que se abre sutil,

No silêncio eterno, o começo se revela,

A marcha progressiva, embora tão sutil,

Nos leva ao regresso onde a vida se gela.

 

A marcha da decomposição compõe o DNA do barro,

Dali nasce o cacto, o gira Sol, a Rosa, o Abrolho

ou não nasce nada.

Barbosa Thiago
Enviado por Barbosa Thiago em 17/08/2024
Reeditado em 28/08/2024
Código do texto: T8130957
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