NO VOO DA SIMPLICIDADE
Ontem, no jardim, avistei um pássaro,
Por um instante breve, me deixei envolver,
Pausando a pressa da vida, observei,
Com astúcia, seu voo a percorrer.
Tão belo!
Tão vigoroso!
Tão livre, em sua essência serena,
Sem regras, sem fardos,
Apenas o vento a embalar sua pena.
Por que não somos assim? Tão livres, tão sãos?
Por que nos cercamos de regras e vãos?
Criamos padrões que, no fundo, entendemos,
São tão vazios quanto os rumos que temos.
Seremos racionais? Evoluídos?
Ou apenas reféns da alienação?
Talvez esses padrões sejam correntes,
Que nos prendem em uma falsa razão.
Por mais um tempo, fiquei a contemplar,
Aquele pássaro, livre a voar,
E em sua simplicidade plena,
Questionei o que realmente somos,
Na vastidão de tanto pensar.