Outras páginas minhas

Estou virando a página da minha existência

O que passou, atravessou o tempo, é pretérito agora

Levarei adiante somente o aprendizado de cada experiência

Que venha o novo, mesmo que venha/seja velho, no aclarar da aurora

Quero provar outros sabores, até mesmo dissabores

Regozijos, desalentos, amores, dores

Quero regar meu jardim, cuidar das minhas flores

Do meu florilégio poético, meu alento, do privilégio em matizar a vida com outras cores

Estou me propondo mudar, não calar, é claro

Mas não quero mais ser o mesmo outro, meus outros eus cegos

Outrossim, que meu brado, seja brando, por isso, paz eu me declaro

Mesmo que meus demônios bravos me peçam guerra, meus adoráveis alter egos

Quero seguir caminho, mas por uma díspar senda

E que na escuridão da trilha desconhecida, minha luz se acenda, brilhe e me ascenda

Pois apeteço ser a minha própria lenda, e que minha história, para além do livro dos dias, se estenda, mesmo que depois desse rumo, eu não me aprume e me arrependa

Deixarei enterrado no passado as mágoas, decepções e derrotas

Carregarei na mala apenas as “coisas boas”, mesmo que algumas delas sejam ruins para mim

E vou seguir em frente para enfrentar com intrepidez os desafios das novas rotas

Do inferno vermelho ao céu azul, da paixão e fúria da juventude à calma e fé da plena senescência, até o meu fim.