Luz do dia
No silêncio do quarto escuro,
O coração desamparado, só murmura,
Uma tristeza que pesa, um fardo,
Esvazia a alma, deixa tudo nublado.
As palavras se perdem, não querem sair,
O vazio consome, é difícil sorrir,
O corpo cansado, sem forças pra erguer,
A cama é refúgio, onde o tempo quer morrer.
A luz do dia parece distante,
O mundo lá fora, irrelevante,
A dor é companheira, fiel e constante,
E o sonho, só um suspiro vacilante.
Mas no fundo do peito, uma faísca talvez,
Esperança escondida, que um dia se fez,
Quem sabe, no amanhã, possa então renascer,
E a alma cansada, finalmente florescer.