Páginas amareladas
Na estante do tempo, empoeirado,
Um livro de memórias, rabiscado.
As páginas amarelas, um passado vibrante,
Onde o amor florescia, pulsante.
Mas o tempo, cruel mestre,
Rasgou as folhas, apagou o traço.
A juventude, um sonho distante,
E a paixão, um fogo que se extinguiu.
Os olhos, antes espelhos da alma,
Agora turvos, cansados de sonhar.
O coração, outrora leve,
Carrega o peso dos anos, a amar.
E a voz, que um dia cantava,
Agora sussurra, ao vento.
A vida, um rio que corre,
E a velhice, a maré que avança, num lamento.