VISÃO DE ÓTICA
Aquele riso quase forçado.
Aquele exaurir do silêncio.
A translúcida face ocultada
Na imagem quase sem visão de ótica.
No mergulho de cara no chão,
Inelutavelmente o rosto se petrifica.
As mãos estão calejadas.
A tristeza é algo que fica,
Mas, aqui, agora soa um som ao longe,
Galgando as ondas sonoras
E, placidamente, alcançando os ouvidos,
Dando-lhes novos passos nos pântanos.
Os passos são pesadões.
É um para lá e dois para cá.
O inverso também é correto,
Naqueles tédios longos,
De muitas horas de duração,
Capazes de uma grande tragédia
No meio da multidão.
Rondonópolis – MT, 1997.
* poesia publicada no livro "Êxtase de Dor" em 1999 pela Editora João Scortecci