VISÃO DE ÓTICA

Aquele riso quase forçado.

Aquele exaurir do silêncio.

A translúcida face ocultada

Na imagem quase sem visão de ótica.

No mergulho de cara no chão,

Inelutavelmente o rosto se petrifica.

As mãos estão calejadas.

A tristeza é algo que fica,

Mas, aqui, agora soa um som ao longe,

Galgando as ondas sonoras

E, placidamente, alcançando os ouvidos,

Dando-lhes novos passos nos pântanos.

Os passos são pesadões.

É um para lá e dois para cá.

O inverso também é correto,

Naqueles tédios longos,

De muitas horas de duração,

Capazes de uma grande tragédia

No meio da multidão.

Rondonópolis – MT, 1997.

* poesia publicada no livro "Êxtase de Dor" em 1999 pela Editora João Scortecci

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 12/08/2024
Código do texto: T8127642
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