CONFISSÃO

Aqueles poemas curtos e concretos

Sumiram da minha mente.

Não consigo ser sintético

Ao ponto de matar uma charada

Com apenas uma pequena frase,

Num texto poético curto,

Concreto e sintético.

A prolixidade tomou conta de mim,

E não consigo entregar ao leitor

Um poema coeso e conciso,

Capaz de dar seu próprio recado,

Sem muito rodeio chato,

Que “torra a paciência” de qualquer pessoa,

Ruim ou boa.

Na nossa língua escrita e falada,

Aqui, acolá, lá ou na estrada,

É sempre assim:

Sou tão prolixo,

Coitado de mim!

Antes eu reduzia o universo

Em apenas um verso.

Hoje pego um verso

E faço um universo.

Rondonópolis – MT, 1997.

* poesia publicada no livro "Êxtase de Dor" em 1999 pela Editora João Scortecci

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 12/08/2024
Código do texto: T8127566
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.