CONFISSÃO
Aqueles poemas curtos e concretos
Sumiram da minha mente.
Não consigo ser sintético
Ao ponto de matar uma charada
Com apenas uma pequena frase,
Num texto poético curto,
Concreto e sintético.
A prolixidade tomou conta de mim,
E não consigo entregar ao leitor
Um poema coeso e conciso,
Capaz de dar seu próprio recado,
Sem muito rodeio chato,
Que “torra a paciência” de qualquer pessoa,
Ruim ou boa.
Na nossa língua escrita e falada,
Aqui, acolá, lá ou na estrada,
É sempre assim:
Sou tão prolixo,
Coitado de mim!
Antes eu reduzia o universo
Em apenas um verso.
Hoje pego um verso
E faço um universo.
Rondonópolis – MT, 1997.
* poesia publicada no livro "Êxtase de Dor" em 1999 pela Editora João Scortecci