Pecador Ungido

Sob o manto sagrado ele caminha,

O pecador ungido, em sua trilha errante.

Seu toque é profano, mas a coroa brilha,

E na sombra da unção, segue adiante.

Suas mãos sujas do sangue da mentira,

Mas os olhos alheios fecham-se ao erro.

Ele dança na linha fina da ira,

Com a bênção da unção, nada é desterro.

A justiça o procura, mas não o alcança,

Pois a unção, como um escudo, o protege.

Seu pecado ecoa, mas a voz balança,

E na surdez dos outros, ele rege.

Mas o que é a unção senão um véu,

Que encobre a alma da própria verdade?

O pecador ungido olha para o céu,

E, sem ser punido, prega a falsidade.

Mas o tempo é sábio, e a verdade vem,

Rasgando o véu que oculta a iniquidade.

O pecador ungido, sem ninguém,

Verá que a unção não compra a eternidade.

Jhonnathan Pereira
Enviado por Jhonnathan Pereira em 12/08/2024
Código do texto: T8127039
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