O ENIGMA Código do texto: T8122962
TÍTULO: O ENIGMA Código do texto: T8122962
Protegido pela Lei de proteção Autoral. 9.610/98
Distante,
eu tentei driblar a censura.
Eu bebi, eu fumei, fiz loucuras
por te amar.
Por te amar,
eu, às escondidas, até chorei
quando molhei
o meu travesseiro guerreiro
em noites frias de verão.
Que se fez negro e congelado
o meu nobre coração.
Em um silêncio fantasia,
onde as lágrimas invisíveis
escorriam em meu rosto devagar,
enquanto lá no bar
eu sorria e bebia,
tentando buscar
em suplício silêncio,
lá no passado,
onde eu armava contente
aquele nosso altar
em vime decorativo; (o enigma)
que desfazia, pouco a pouco,
a fantasia do amor,
que fora vivido em flor
dentre aquelas quatro paredes,
para nos esconder da fria relva
e salivar, em secas salivas,
o desfrute da divina sede
que nos fazia viver
o balançar de um amar.
Lá no passado,
onde eu armava contente
aquele nosso altar
em vime decorativo; (o enigma)
que usávamos para matar a sede,
pois ali não havia rede.
TÍTULO: O ENIGMA Código do texto: T8122962
Autor: Maklerger Chamas — O Poeta Louco e Romântico (Manoel B. Gomes)
Protegido pela Lei de proteção Autoral. 9.610/98
Escrito em: Vila Nova Jaguaré — São Paulo — Brasil
Data: 12/02/2020
Dedicado à: 26Z2M6A1N3O1E0L13M10J
Registrado na B.N.B.
https://docs.google.com/document/d/1NfXvc_hyKpEkQnevFA7Ddbu9sGK0Q91kg_I7LVv2ckM/edit?usp=sharing
Este poema captura com profundidade a dor e a melancolia de um amor vivido intensamente, mas que se tornou uma lembrança dolorosa.
Mediante imagens vívidas e sentimentos palpáveis, você expressa a dualidade entre a alegria passada e o sofrimento presente.
A repetição do altar de vime decorativo e o enigma associado a ele enfatizam a complexidade e a beleza trágica desse amor.
Análise sintática é a decomposição da estrutura gramatical de um texto, analisando cada componente e sua função na sentença.
Abaixo está a análise sintática completa da poesia “O ENIGMA” de Maklerger Chamas.
Primeira Estrofe
“Distante,
eu tentei driblar a censura.”
— Distante: Adjunto adverbial de lugar.
— Eu: Sujeito simples.
— Tentei: Verbo transitivo direto (núcleo do predicado).
— Driblar: verbo transitivo direto (objeto direto de “tentei”).
— A censura: objeto direto.
Segunda Estrofe
“Eu bebi, eu fumei, fiz loucuras
por te amar.”
— Eu: Sujeito simples (repetido duas vezes).
— Bebi, fumei, fiz: verbos transitivos diretos (núcleos do predicado).
— Loucuras: objeto direto de “fiz”.
— Por te amar: adjunto adverbial de causa, com “por” sendo uma preposição, “te” um pronome oblíquo átono (objeto direto de “amar”), e “amar” um verbo transitivo direto (infinitivo).
Terceira Estrofe
“Por te amar,
eu, às escondidas, até chorei
quando molhei
o meu travesseiro guerreiro
em noites frias de verão.”
— Por te amar: adjunto adverbial de causa (mesma estrutura da segunda estrofe).
— Eu: Sujeito simples.
— Às escondidas: adjunto adverbial de modo.
— Até: Adjunto adverbial de intensidade.
— Chorei: Verbo intransitivo (núcleo do predicado).
— Quando: Conjunção subordinativa temporal.
— Molhei: Verbo transitivo direto (núcleo do predicado).
— O meu travesseiro guerreiro: objeto direto.
— Em noites frias de verão: adjunto adverbial de tempo (com “de verão” funcionando como adjunto adnominal de “noites”).
Quarta Estrofe
”Que se fez negro e congelado
o meu nobre coração.”
— Que: Pronome relativo (retoma “travesseiro guerreiro”).
— Se fez: verbo de ligação (voz passiva pronominal).
— Negro e congelado: predicativo do sujeito (duplo).
— O meu nobre coração: sujeito simples.
Quinta Estrofe
”Em um silêncio fantasia,
onde as lágrimas invisíveis
escorriam em meu rosto devagar,
enquanto lá no bar
eu sorria e bebia,
tentando buscar
em suplício silêncio,
lá no passado,
onde eu armava contente
aquele nosso altar
em vime decorativo; (o enigma)
que desfazia, pouco a pouco,
a fantasia do amor,
que fora vivido em flor
dentre aquelas quatro paredes,
para nos esconder da fria relva
e salivar, em secas salivas,
o desfrute da divina sede
que nos fazia viver
o balançar de um amar.”
— Em um silêncio fantasia: adjunto adverbial de modo.
— Onde: pronome relativo.
— As lágrimas invisíveis: sujeito simples.
— Escorriam: verbo intransitivo.
— Em meu rosto devagar: adjunto adverbial de lugar (com “devagar” como adjunto adverbial de modo).
— Enquanto**: conjunção subordinativa temporal.
— Lá no bar: adjunto adverbial de lugar.
— Eu: sujeito simples.
— Sorria e bebia: verbos intransitivos.
— Tentando buscar: locução verbal (adjunto adverbial de modo, gerúndio).
— Em suplício silêncio: adjunto adverbial de modo.
— Lá no passado: adjunto adverbial de tempo.
— Onde: Pronome relativo.
— Eu: Sujeito simples.
— Armava: Verbo transitivo direto.
— Contente: Predicativo do sujeito.
— Aquele nosso altar: objeto direto.
— Em vime decorativo; (o enigma): adjunto adnominal.
— Que: Pronome relativo.
— Desfazia: Verbo transitivo direto.
— Pouco a pouco: adjunto adverbial de modo.
— A fantasia do amor: objeto direto.
— Que: Pronome relativo.
— Fora vivido: locução verbal (voz passiva).
— Em flor: adjunto adnominal.
— Dentre aquelas quatro paredes: adjunto adverbial de lugar.
— Para nos esconder: adjunto adverbial de finalidade (locução prepositiva).
— Da fria relva: adjunto adverbial de causa.
— E salivar: verbo intransitivo.
— Em secas salivas: adjunto adverbial de modo.
— O desfrute da divina sede: objeto direto.
— Que nos fazia viver: orações subordinadas adjetivas.
— O balançar de um amar: objeto direto.
Última Estrofe
”Lá no passado,
onde eu armava contente
aquele nosso altar
em vime decorativo; (o enigma)
que usávamos para matar a sede,
pois ali não havia rede.”
— Lá no passado: adjunto adverbial de tempo.
— Onde: pronome relativo.
— Eu: sujeito simples.
— Armava: Verbo transitivo direto.
— Contente: Predicativo do sujeito.
— Aquele nosso altar: objeto direto.
— Em vime decorativo; (o enigma): Adjunto adnominal.
— Que**: pronome relativo.
— Usávamos: Verbo transitivo direto.
— Para matar a sede: adjunto adverbial de finalidade.
— Pois: Conjunção coordenativa explicativa.
— Ali: Adjunto adverbial de lugar.
— Não havia: locução verbal (verbo transitivo indireto).
— Rede: Objeto direto.
A análise sintática acima decompõe cada frase do poema, identificando seus componentes e suas funções gramaticais, fornecendo uma visão clara da estrutura gramatical do texto.
A poesia “O ENIGMA” de Maklerger Chamas é um exemplo de poesia lírica.
A poesia lírica é caracterizada pela expressão dos sentimentos e emoções pessoais do poeta.
Nesse caso, o poema aborda temas como o amor, a dor, a saudade e a introspecção, refletindo sobre experiências emocionais intensas e íntimas.
Características da Poesia Lírica em “O ENIGMA”:
1. Expressão de Sentimentos Pessoais:
— O poeta descreve suas emoções de forma direta e íntima, como no trecho “Eu bebi, eu fumei, fiz loucuras por te amar” e “eu, às escondidas, até chorei quando molhei o meu travesseiro guerreiro em noites frias de verão”.
2. Uso de Imagens Sensoriais:
— O poema utiliza imagens que evocam sensações e sentimentos, como “lágrimas invisíveis escorriam em meu rosto devagar” e “em suplício silêncio”.
3. Subjetividade:
— A voz poética é altamente subjetiva, centrada nas experiências e percepções do eu lírico.
4. Metáforas e Símbolos:
— O uso de metáforas, como “meu travesseiro guerreiro” e “altar em vime decorativo (o enigma)”, sugere significados profundos e pessoais.
5. Temática Amorosa:
— O amor é um tema central, abordado de maneira complexa e multifacetada, com aspectos de dor, perda e nostalgia.
6. Introspecção:
— O poema é introspectivo, explorando as emoções internas e reflexões do poeta sobre o passado e suas experiências amorosas.
Estrutura:
— Versos Livres:
— O poema não segue uma métrica ou rima regular, caracterizando-se por versos livres, comuns na poesia lírica contemporânea.
— Repetição:
— A repetição de certas frases e palavras, como “Por te amar” e “aquele nosso altar”, cria uma ênfase emocional e um ritmo particular.
Conclusão
“O ENIGMA” é uma poesia lírica que se destaca pela profundidade emocional, introspecção e uso de linguagem figurada para expressar sentimentos pessoais e experiências amorosas complexas.
DIÁLOGO
Roseane e Fabiana estão sentadas em um café, conversando sobre a poesia de Makleger Chamas. Roseane segura um livro de poesias de Makleger, enquanto Fabiana parece pensativa.
Roseane: Fabiana, você leu “O ENIGMA”? Aquela poesia me tocou profundamente. Parece que cada verso transborda os sentimentos de Nelinho.
Fabiana:
— Li, sim, Roseane.
— É impressionante como ele consegue expressar tanta dor e amor ao mesmo tempo.
— Você percebeu como ele fala do desgaste no peito?
— É como se ele estivesse carregando um peso imenso.
Roseane:
— Sim, é verdade.
— O amor, para ele, é quase uma loucura.
— Ele diz que “bebeu, fumou, fez loucuras por amar”.
— Isso me faz pensar no quanto ele se dedicou e, ao mesmo tempo, se perdeu nesse sentimento.
Fabiana:
— Exatamente.
— E quando ele fala das noites frias de verão, molhando o travesseiro com lágrimas… é uma imagem tão forte.
— Ele estava tentando manter a compostura, mas por dentro, ele estava despedaçado.
Roseane:
— E o coração dele, que se fez “negro e congelado”.
— É triste pensar em como o amor, que deveria aquecer, acabou esfriando tanto o coração dele.
Fabiana:
— Acho que é um reflexo do sofrimento e da solidão que ele sentia.
— Mesmo quando estava no bar, sorrindo e bebendo, ele estava buscando algo que já tinha perdido.
— Ele tentava reviver um passado que não podia mais alcançar.
Roseane:
— Sim, e aquele altar em vime decorativo… isso é tão simbólico.
— Parece que era um lugar sagrado para eles, um refúgio do mundo exterior.
— Mas, ao mesmo tempo, era um enigma, algo que ele não conseguia resolver ou manter intacto.
Fabiana:
— Acho que o enigma maior era a própria relação deles.
— Uma mistura de amor intenso e dor profunda.
— E ele sabia que, mesmo tentando desesperadamente, não conseguiria reviver aquilo completamente.
Rosane:
— E o final… “não havia rede”.
— Talvez isso simbolize a falta de segurança ou estabilidade.
— Eles estavam sempre tentando matar a sede, mas nunca tinham um lugar seguro para descansar.
Fabiana:
— Concordo.
— É como se ele estivesse sempre em busca de algo que não podia alcançar completamente.
— A sede de amor e compreensão que nunca foi plenamente saciada.
Roseane:
— É verdade, Fabiana.
— Nelinho, com todo o seu amor e dor, nos mostra o quanto os sentimentos podem ser complexos e devastadores.
— Ele nos lembra que, às vezes, o amor não é suficiente para manter duas pessoas juntas, e que o desgaste emocional pode ser profundo.
Fabiana:
— Exatamente, Roseane.
— A poesia de Makleger Chamas é um lembrete poderoso das complexidades do coração humano e do impacto que os sentimentos podem ter em nossas vidas.
Roseane:
— E é por isso que continuamos lendo e nos emocionando com suas palavras.
— Ele consegue capturar a essência dos sentimentos humanos de uma maneira que poucos conseguem.
Fabiana:
— Com certeza.
— E talvez, ao refletirmos sobre a dor e o amor de Nelinho, possamos encontrar um pouco de cura para nossas próprias feridas.
Roseane:
— Sim, Fabiana.
— E é isso que faz a poesia de Makleger tão especial.
— Ela nos toca, nos faz pensar e, de alguma forma, nos ajuda a lidar com nossos próprios enigmas interiores.
Fabiana:
— Que possamos sempre encontrar consolo e inspiração nas palavras de poetas como Makleger Chamas.