...'Bem vinda a alegria do seu sorriso,
bem vinda a luz que brilha no seu olhar.
Meu irmão é bom te encontrar,
minha irmã é bom te encontrar'.
Se eu tivesse que acordar cedo amanhã,
Calçar o kichute ou meu 'conguinha vulcanizado',
pegar minha pasta e colocar à tiracolo
a merendeirinha...!
Descer a rua de mãos dadas com a mamãe
e seguir feliz pela estrada afora com toda uma vida
pela frente!
Se ainda tivesse que ir para a escola, o que eu encontraria?!
Quem seriam os meus coleguinhas daquele tempo hoje,
do que a gente brincaria, quem seria minha nova professora
e que cantiga de roda iríamos cantar?!
Já não se ouve cantigas de roda como antigamente...
elas foram ‘sampleadas’!
As professora ainda são normalistas, os meus coleguinhas
saíram da ‘forma’ e os perdi de vista!
E do uniformezinho das meninas já não fazem parte as saias rodadinhas!
Eu encontraria o mesmo prédio da velha escola reformado e com novos alunos,
novas disciplinas, algumas extintas, e até alguns computadores!
Encontraria tudo 'na mesma' se não fosse pelo passar do tempo, que nunca 'repete'
e não ‘fica de recuperação’!
O que eu diria para a Tia Márcia se a reencontrasse?!
E se eu a reencontrasse como explicaria a ela que nem poeta eu consegui ser...?!
Que me tornei um ‘sonhador inveterado’, um vendedor de ilusões
e mendicante de amor de alguém?!
Se eu tivesse que voltar para a escola amanhã,
eu não levaria esses pesos da vida na mochila!
Só levaria lápis de cor pra pintar tudo do meu jeito,
uma borracha que apagasse qualquer tipo de erro,
e um sorriso que só carrega quem não sabe nada da vida!
Começar tudo de novo...
todo um ano letivo, sofrer com ‘guerras de bolinha de papel’,
rever até aquele coleguinha mais cruel e ficar de castigo
mesmo sem ter feito nada!
Prometo dessa vez não matar nenhuma aula assim como também não prometo não mentir
e pregar outras peças!
Ah, voltar para escola sem ser num ‘dia de eleição’!
Decorar a tabuada e ‘dublar’ o Hino nacional, mas com a mão no coração!
Invejo quem amanhã terá que se preocupar em ir para escola estudar!
Quem vai ter um recreio, quem não sabe o que é receio e não tem que trabalhar!
Lá eu aprendi o beabá para escrever esses versos cheio de rasuras!
Lá eu vi professores, mestres, diretores, filhos de pobres e de doutores...!
Arrumei minha primeira namorada com quem também não me casei!
Ainda não sei o que vou ser 'quando crescer', mas na escola da vida,
alguns diplomas eu já tirei!