TEREZA
TEREZA
TEREZA
Não sabendo aonde ir
Ia a qualquer lugar
Seguindo seu par
Sem questionar
Não sabendo quem era
Servia a todos
Sem ser servida
Bondosa Tereza!!
Não querendo perder ninguém
Perdeu-se
Cuidava de todos
Filhos, netos, pais, irmãos, sobrinhos
E até vizinhos
Prestativa Tereza!!!
Sorria a todos
Ia à igreja aos domingos
Preparava quermesses
Auxiliava os necessitados
Ó coitados!
Caridosa Tereza!!!
Nunca se olhava no espelho
Com medo de se ver
Melhor ir levando
Mudar agora pra quê?
O tempo cobrou seu preço:
Velha e fraca Tereza!!
Ela não quer ir
Quer viver, ser feliz
Não há tempo
É tarde demais
Vá Tereza!!
Ombros largos
Costas arqueadas
Pernas tombadas
Vá Tereza!!
Carregando o peso dos favores
Da abdicação de si mesma
Da falta de prazer, de lazer...
Feche os olhos Tereza!
Não há mais tempo
O único abraço que recebeu
Foi o abraço da morte
Nâo se desconstruiu
Nem se iluminou
O que restou?
Cadeiras vazias
Esquife fechado
Poucas flores silêncio...cinzas...
Ninguém teve tempo.
Sônia Lorena Aver