SE FOI MAIS UM FILÓSOFO
Em uma Taverna escura
e assombrada
morreu um filósofo
de desgosto pela vida
O taberneiro disse então:
– Tinha ele pena do pai
Pena da mãe
Pena dos irmãos
Tinha o filósofo, pena da companheira
mas e de si, teve pena?
Não teve pena alguma,
Morreu indagando a vida
ao invés de vivê-la.
De que serviu tantos por quês?
Pobre homem!
No lugar de seu coração,
fez ninho o faisão
Que com suas cores
Festeja de tantos amores.
Suas ideias são repetidas
pelos corvos
que cantam aos quatro ventos
“Se foi cedo esse filósofo,
teve pena de tudo e de todos
e não guardou nenhuma
pena para si mesmo.”