DA ÚLTIMA VIAGEM
Até um dia frio daqueles em que se toca a neve
também pode ser quente.
E no labirinto da vida perdida,
Sempre há uma saída pela tangente.
Não há nada sobre o nosso controle,
isso é a dádiva ou o inferno?
Podemos alternar entre as duas,
Viver um dia no verão e outro no inverno.
Ah, pelo que eu vi,
a neve não foi capaz de meu coração congelar.
Pelo que senti,
emocionado serei até o último respirar.
Como são boas as surpresas,
elas valem para os mares ensolarados,
os dias simplesmente comuns e
também para os montes gelados.
Nem sempre é questão de tempo, viver um momento
(a vontade agora era quebrar as leis da física).
Mas a medida da intensidade às vezes pode ser o sentimento,
(forte como o sismo de Valdivia).
Da última viagem,
tem dias que ficamos à margem.
outros somos só coragem.
Não há torre de Babel que prevaleça,
o que é passado, que eu o esqueça,
e que a virtude recrudeça.
,