Indelével finitude

Vida,

Esse embaraço de caminhos,

De tons e decibéis distintos,

Quantas primaveras teremos?

Como superar os invernos da alma?

Nesta persona dançamos a melodia,

Entregamos o que nos é pedido...

Vida,

Essa jornada em correntezas,

De barcos frágeis no turbilhão,

Quais escolhas serão menos perigosas?

Como sobreviver à explosão?

Nesta persona mergulhamos fundo,

Submergindo no silêncio dos ruídos...

Vida,

Essa tela em branco,

Onde o pincel faz contornos coloridos,

Seremos impressionismo ou cubismo?ldentificaremos a arte na ponta dos dedos?

Nesta persona olhamos transparente,

Recriando passos mais sensíveis...

Vida,

Essa moça ingênua,

Cujos ventos envelhecem os sentidos,

Chegaremos bem à indelével finitude?

Desapegaremos da vã eternidade?

Nesta persona jogamos dados,

Nos equilibrando na efemeridade...