Ego Sum, Qui sum

Eu sou homem, espírito, divindade

Feito de barro, alma e erros

Bem-aventurado, afortunado

Amigo do vento, ouvi a verdade

Conquista-me o senso tal privilégio divino

Eu que fui peregrino do tempo e dos bares

Vivi entre noites e alvorada de dias

Bebi os teus beijos, teu corpo, teus olhares

Extirpei do meu peito um oceano de lágrimas

Maré de palavras que nunca foram ditas

Para enfim navegar, encontrando os pilares

De uma terra sagrada, intocada, infinita

E nessas linhas enquanto me lês

Numa fração de segundo torno-me imortal

Me reconheço no todo, no sortilégio da rima

Como aquele que prima pela graça triunfal

Eu sou quem sou, sou luz, sou movimento

Um fugaz sentimento, um sorriso, um grito

O brilho do ouro, a terra, a melodia

Um estado de paz em um dia bonito

Ego sum, qui sum