Se eu ouvisse o pisar dos meus sapatos,

Minhas andanças,

Minhas lembranças.

 

Se os pássaros me dessem licença para voar.

 

Se o mundo fosse leve como a alma de uma criança.

 

Se as esmeraldas estivessem em todos os olhares.

 

Se os lugares que conheci

Fossem os lugares que sonhei conhecer.

 

Se nada fosse assim, desse jeito,

Com tantos defeitos...

 

E lentamente fosse se diluindo

Qualquer sentimento de dor.

 

Se a porta do mundo se abrisse

Para que a paz pudesse entrar.

 

Se sonhar se tornasse lei.

 

Se cada estrela do universo

Brilhasse ainda nas manhãs.

 

Se as coisas fossem assim

Uma coisa boa, sem fim...

 

As pupilas exaltadas pela paixão

Aos golfinhos saltando nos oceanos.

 

Se o Sol varresse a escuridão.

 

Se meu coração acreditasse

Que todo o mal do mudo fosse acabar.

 

Inverno e verão, a mesma estação.

 

Loucura ou inação, a mesma invenção.

 

Engano ou intenção, a mesma emoção.

 

Se as palavras fossem sempre

Cheias de boas intenções.

 

Se eu pudesse mudar

Por onde escorre

A areia da ampulheta.

 

Se eu seguisse em linha reta

Rumo à imensidão.

 

Se existisse a canção

Que despertasse a razão.

 

O mundo rodopiando de tanto rir.

 

Abraços em laços desfeitos

E perfeitos beijos de amor.

 

Se meus olhos avistassem

O fim de todas as aflições.

 

Ainda assim nada seria perfeito.

MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 27/07/2024
Código do texto: T8116129
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