DESCONHECIDO
Quando eu era excepcional,
Você ainda não sabia
Que eu era uma pessoa
normal
E que já lhe compreendia
Compreendia ao dizer
Que não podia me ensinar
A ler e escrever
Porque eu não conseguia
falar.
Não falava por que era
surdo
E minha comunicação era
de outro mundo
Que você não tinha
compreensão
No quadro que você
escrevia,
Eu não tinha como ler
Por que os meus olhos não
viam
E você não podia dizer.
O braile que eu escrevia
Era estranho pra você
Que dizia que aquelas
bolinhas
Só eu conseguia ler
Com esse meu jeito Down,
Você não queria saber
De me ter como normal
E de comigo conviver
A cadeira atrapalhava,
Era essa sua fala
E, além disso, chocava.
Aos outros colegas da sala
Ai veio à integração
E a situação já melhorou
Porque o cego já lia
O braile pra o professor
O surdo já aprendia
Um jeito de falar com as
mãos
E todo mundo queria
Prestar-lhe muita atenção
O down era integrado
Na sala especial
Por que ainda não se via
Ele como normal
Minha cadeira passeava
Às vezes na sua sala
E todo mundo empurrava
Para ouvir a sua fala
Que na escola havia
Uma sala de integração
Onde deficiente aprendia
Desde que prestasse atenção
E a inclusão chegou
Sem você esperar
Agora tem cego, surdo, Down
e cadeirante
Pra você ter de ensinar
Ensinar a toda gente
Que tem direito de aprender
Conviver com o diferente
Mesmo sendo deficiente
Precisa de um olhar profundo
Basta que todo mundo
Faça do coração
Um lugar onde a razão
Se dê na simplicidade
E busque com humildade
Fazer a inclusão.