Dualidade
Metade de mim é ausência, despedida.
Outra metade é solidão, saudade e descaminhos.
Assim passou minha vida, entre sentimentos voláteis.
Amei? Talvez!
Metade de mim se perdeu entre desejos contidos.
Outra metade desistiu dessas buscas incansáveis.
Agora o abandono, os silêncios nessas noites frias,
Nesses dias de penumbras, suspiros e medo escancarado.
Nessa dualidade sigo!
Afinal, a vida não é feita de tropeços?
Não é assim que os dias se sucedem?
Entre amores, desencanto, buscas e perdas?
Metade de mim é silêncio!
Outra metade é descompasso!
Sei que morro todos dias!
Cada dia se desfaz um pouco essa estrada...