As pedras

Elas já não sabem o caminho

Nem ficam mais sonhando no mesmo lugar

Aa calçadas estão vazias

Os muros cada vez mais altos

Beba água para não lhe causarem dor profunda

As pedras já não sabem o caminho

O caminho das pedras têm espinhos

O poço profundo entre dois extremos tem sempre uma pedra no meio do caminho

Os fundamentalistas tem sempre uma nas mãos

E somos pecadores natos

Alvos fáceis então

Ninguém sabe mais o caminho

Não há mapas e nem direção

Somos apenas pedras no sapado da natureza

Frágeis, esculturas inacabadas do tédio divino

As pedras das catedrais medievais escondem muitos segredos

As paredes não falam mas assitem o desespero de um povo perdido que não aguenta mais a escuridão

Ninguém sabe o caminho das pedras

Façamos nosso próprio caminho então

Se não der certo, ao menos tentamos

Que atire a primeira pedra quem nunca expôs seu próprio coração

Acertaram-me em cheio

É o fim da aventura na terra

Jogaram-me num buraco escuro

Com flores e algumas velas

E em cima dele algumas frases clichês escritas justamente, numa pedra:

Ele foi uma pedra no sapato

Marcos Frank
Enviado por Marcos Frank em 22/07/2024
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