AO VOO DA COBRA CORAL

- Homenagem a Ildo Simões -

Queria ter

a força da cor

que cora a tez

da cobra coral

que rasteja,

desliza e circula

o verbo primordial.

Amo quando armas

um bote, um mote

para um belo poema

ou um súbito repente.

Buscas o canto

e a poesia mansa

- punhal e ternura -

e pelo caminho

trocas o teu manto,

pias (falas e gritos)

e vertes gotas de veneno

que matam ou curam.

Teu destino

são voos longos,

poéticos, certeiros,

inéditos ou errantes.

Farejas à toa

o teu rumo

e com a tua

língua ardente

e sem asas,

simplesmente,

voas.

Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 20/07/2024
Reeditado em 20/07/2024
Código do texto: T8111152
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