SÚPLICA
Pela dor de não ter tido o
filho ideal,
Pela lágrima chorada no
rosto desiludido do sonho,
Revelado no olhar tristonho
de sofrer com o filho real
Que por não ver, ou não
ouvir, ou não andar...
E parecer menos perfeito,
Não lhe dê como direito
Um canto pra lhe isolar
Essa fantasia que te
envolveu,
No sonho do filho que
queria ter
Não do filho que nasceu!
Para te ensinar a ser
Alguém com mais
bondade,
E que na sua simplicidade,
Fizesse do coração
Um lugar acolhedor,
De carinho e de amor
Próprio para inclusão
Pela dor de carregar
Um filho “menos perfeito”,
Não faça ele pagar
Pelo seu preconceito
De ver imperfeição
Em não andar, ou não ouvir,
ou não ver, ou não pensar
do jeito que você quer.
A inclusão te pertence
mulher!
É também problema teu
É uma luta que tu vences
Por que sabe o que já
sofreu
Sofreu a solidão
De cuidar do filho teu
E sem a menor razão
Teu companheiro te
esqueceu
Fugiu do compromisso
Que ele jurou amor...
Agora resta teu filho
Para afagar tua dor.
Mostra então teu brilho!
Que trás no coração,
Fazendo desta sentença
Um motivo de fé e crença,
Na certeza da inclusão.