Cortante

Nascer e morrer

Faces da mesma moeda

E como a vida anda desvalorizada

A simplicidade de caminhar

Agora precisa ser evocada em livros de filosofia

Ou em letras de um rock esquecido

Todo mundo engole esse tempo esquisito

Como se fosse um jantar habitual

Dormir e acordar

Ler um velho jornal

Tudo dentro do contexto

E o Presente texto não tem a pretensão de acordar ninguém

Tampouco ser o remédio para insônia social

É apenas o caminhar

Onde a estrada é a própria navalha

O suor é sangue

As lágrimas deixam rastros na pátria sem alma

Isso é bem natural

Como ler um jornal antigo

Não quer expor o grito

Chorar e sorrir

Todo mundo passa nessas estações

O trem da vida é impiedoso

Certo e cortante

Não tem corante que disfarce o gosto amargo de algumas paradas

Mas o trem continua

Isso é o que vale

O resto é nada

Marcos Frank
Enviado por Marcos Frank em 18/07/2024
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