Cortante
Nascer e morrer
Faces da mesma moeda
E como a vida anda desvalorizada
A simplicidade de caminhar
Agora precisa ser evocada em livros de filosofia
Ou em letras de um rock esquecido
Todo mundo engole esse tempo esquisito
Como se fosse um jantar habitual
Dormir e acordar
Ler um velho jornal
Tudo dentro do contexto
E o Presente texto não tem a pretensão de acordar ninguém
Tampouco ser o remédio para insônia social
É apenas o caminhar
Onde a estrada é a própria navalha
O suor é sangue
As lágrimas deixam rastros na pátria sem alma
Isso é bem natural
Como ler um jornal antigo
Não quer expor o grito
Chorar e sorrir
Todo mundo passa nessas estações
O trem da vida é impiedoso
Certo e cortante
Não tem corante que disfarce o gosto amargo de algumas paradas
Mas o trem continua
Isso é o que vale
O resto é nada