CEGUEIRA
Na minha cor há dor
Que na tua não há
Muito embora, nossas cores sejam nada que devesse carregar tanto peso
Aquele olhar que tu não viu
A segregação do que tu não estava inserido
Confesso que cheguei a ter raiva de mim por isso
A te aceitar sendo e fazendo de minha cor, uma rasura.
Mi, mi, mi?
O que coube a ti nessa dança?
Na minha cor há dor
No meu cabelo uma inferioridade
Na minha boca exagero
No nariz um defeito
Minha história um mais do mesmo
Meu corpo um mais teu que meu
A língua um lugar alheio
[Na minha cor há um sinal de menos...
A tua cor
[A própria matemática