CEGUEIRA

Na minha cor há dor

Que na tua não há

Muito embora, nossas cores sejam nada que devesse carregar tanto peso

Aquele olhar que tu não viu

A segregação do que tu não estava inserido

Confesso que cheguei a ter raiva de mim por isso

A te aceitar sendo e fazendo de minha cor, uma rasura.

Mi, mi, mi?

O que coube a ti nessa dança?

Na minha cor há dor

No meu cabelo uma inferioridade

Na minha boca exagero

No nariz um defeito

Minha história um mais do mesmo

Meu corpo um mais teu que meu

A língua um lugar alheio

[Na minha cor há um sinal de menos...

A tua cor

[A própria matemática

Maria Mariane
Enviado por Maria Mariane em 10/07/2024
Reeditado em 11/07/2024
Código do texto: T8104246
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