Solidão urbana

Há muito o que aprender no trajeto do ônibus,

no eterno retorno de uma noite comum.

Há um esgotamento nos olhos anônimos,

há um cansaço de existir no meio de todos,

mas que não pode encobrir toda a força humana

nos rostos desfigurados por cada sopro

de uma alegria clandestina vinda de fora

da existência comum de uma pessoa comum

num dia de labor comum e fora de hora.

O calor humano não esconde o frio da vida,

mas não oculta a esperança de um amor mais vivo;

maior do que o esgotamento, maior do que as feridas.

Algo novo, algo vivo e com significado

na efemeridade de um trajeto comum

no ônibus, numa noite fria, de olhos cansados.

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