Religião
Nos altares erguem-se promessas vazias
Deuses moldados à vontade humana
Pregam certezas, escondem as vias
Onde a verdade é chama que engana
Versos sagrados, palavras cativas
Guiam os passos dos que não questionam
Enquanto os líderes, em tramas furtivas
Do poder e do ouro, apenas entoam
O medo é o grilhão, a fé, a corrente
Que prende o espírito em sombras do nada
A dúvida silente é banida da mente
E o livre pensar torna-se estrada fechada
Profetas modernos, em púlpitos altos
Proclamam milagres que nunca se veem
Mas são os fiéis, em sacrifícios exaustos
Que sustentam o império dos que bem se mantêm
Oh, religião, com suas vestes suntuosas
És palco de jogos de poder e ilusão
Fazendo das almas suas presas preciosas
Envoltas na bruma da manipulação
Ainda assim, na penumbra, surge a luz
Dos que ousam romper com as velhas cadeias
Questionam o dogma, o falso que seduz
E libertam a mente das falsas ideias