DIAS DE FOGO ARDENTE

Ninguém mais vem comigo.

Vivo em amargura.

Não encontro pastagens para minhas ovelhas.

As lágrimas inundam minha face.

Meus melhores amigos me traíram.

Sou apenas a fronteira entre o tudo e o nada

Que perpetua em meu simples caminhar.

Sou encarregado nesses dias de males

E vida errante,

De não curtir as delícias dos tempos idos.

O presente é uma enorme sujidade.

E me encontro totalmente ao seu meio.

Fiquei na esquina do passado.

Escondo o rosto por entre o fogo

Que me devora aos poucos.

O caminho que existe

É igual a dor que me atormenta.

E por tudo isto, não sei para onde ir

Só sei que tudo foi por água abaixo

E a enchente carregou meus sonhos bons.

Não sei por onde começar tudo de novo.

Não sei se ainda há tempo do novo recomeço.

Mas sei que a vida continua

E meu caminhar ainda reina,

Apesar dos obstáculos que sempre existem,

Postos pelos invejosos de plantão.

Os invejosos são incompetentes

Morrem de vontade de ser a gente,

Mas não gostam de pegar no pesado;

Não gostam de se sacrificar por nada,

Apenas quer pegar o bonde na estrada,

Sem ter que pagar nada,

Já que se acham espertalhões

Querendo viver a vida de medalhões

Sem ter que lutar pela conquista.

Campinas – SP, 2022.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 01/07/2024
Código do texto: T8097842
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