REFLEXÃO
Caí, como quem tropeça em um balde e derrama o que nele tem.
Abracei o solo e permiti-me se conectar a ele.
Para que fugir da verdade, se é alí onde os calculos da vida finda,
Onde os primeiros passos é anotado e as primeiras valsas formam seus pares.
Estou deixando o reinado para outros, para que se iludam com seus caminhos,
Pois esses mesmos caminhos carecem de novos donos, de novas direções.
Deixo para trás velhas imagens do que fui para quem amo e odeio;
Deixo sorrisos e mágoas, mas também levo tudo isso.
A história do que fui não mais importa. Mas ela existe.
Maculei os espaços do mundo com minha presença,
Incomodei o panteão dos deuses com meus uivos tristes,
E esfriei os corações dos amantes com meus traumas.
Sou poeta, existo para sempre.