O menino poeta
Menino,
Essas suas rimas mansas,
Com esse sotaque estranho,
Me lembra meu tio, nas noites de lua clara no Norte. Debulhando feijão
enquanto debulhava, mastigava fumo e encantava todos com seu cordel improvisado
O que você faz com a vida depois desses versos tão lindos?
Vestido com essa felicidade, vejo que carrega modos
É uma felicidade sem apego às coisas
Sinto essa felicidade aquariana que se encaixa perfeitamente aos seus versos
Senhora, me dê um minutinho apenas
As palavras vêm livres, me usam com modos e delicadeza
Esse sotaque é uma mistura de fronteiras
Às vezes, também tropeço e da vida arranco cascas
Com elas, atravesso o Sul e o Norte, e me refaço