O menino poeta

Menino,

Essas suas rimas mansas,

Com esse sotaque estranho,

Me lembra meu tio, nas noites de lua clara no Norte. Debulhando feijão

enquanto debulhava, mastigava fumo e encantava todos com seu cordel improvisado

O que você faz com a vida depois desses versos tão lindos?

Vestido com essa felicidade, vejo que carrega modos

É uma felicidade sem apego às coisas

Sinto essa felicidade aquariana que se encaixa perfeitamente aos seus versos

Senhora, me dê um minutinho apenas

As palavras vêm livres, me usam com modos e delicadeza

Esse sotaque é uma mistura de fronteiras

Às vezes, também tropeço e da vida arranco cascas

Com elas, atravesso o Sul e o Norte, e me refaço

Cícero Bizzuka
Enviado por Cícero Bizzuka em 27/06/2024
Reeditado em 27/06/2024
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