Farmácias
O vazio,
Apenas o vazio.
Questões óbvias são anedotas descartadas
Estamos girando ao redor de um núcleo vazio
Por um fio.
É sempre por um fio
Tanto frio existencial colocado como normal!
Entre o matadouro e o curral
Formamos o bloco dos condenados
Perdidos na selva de pedra
Num oceano profundo de mediocracia
O vazio.
É sempre o vazio
São tantos excessos para tentar disfarçar
E ele sempre nos olha no espelho
Sem muito desejo e com algemas cada vez mais fortes
Perdemos o rumo do futuro
Agora a involução dita a lição
Cada um com espetáculo
Cada um com seu cansaço
O mundo anda cheio de farmácias
E nunca estivemos tão longes da cura
Dopamina em cada esquina
Rivotril e adreanalina
Cada dia é uma guerra
Esquecemos dos sete palmos de terra que nos esperam, indiferentemente.
Vou procurar uma farmácia
Achar um remédio pra minha alma antiga
Que não acostumou-se ao ar tóxico da pós-modernidade
É imperativo lutar contra a toxidade desses tempos
O vazio é um rio em que muitos se afogam
Nade contra essa correnteza
É talvez isso que nos sobra