O inibido autor da dor

Todos os tolos devaneios,

e pensamentos profanos e sagrados

Vem de meu ser como algo fluido,

Único e verdadeiro.

Talvez esteja ferido

Com o rígido e o indecifrado.

A meu ser que procura algo em tais lastimas

Que tenho a recitar.

A tão enfim confusão

Que tenho em minha mente,

que me faz parar e escrever.

Me deixo levar por tais ventanias de sentimentos,

para enfim criar emoções.

E o que crio, para muitos fará sentidos,

Mas para outros não os tocarão.

Sempre ao divino escritor, autor do amor,

e poeta da dor, que tenta encontrar seu narrador.

Mas pra antes descobrir meu narrador,

Terei que ser o meu próprio autor,

Traçando as linhas de dor,

Como se fosse o amor.

Confuso ao querer,

Mas até aonde terei de ver?

Nem um verso consigo escrever

Mas ainda sim, inibido do meu ser.

Inibido por não sentir,

Não amar, gostar ou desejar alguém.

Tudo é tão calmo ao não sentir,

Mas também é demasiado chato,

sem cor e amor.

Ao meu tentar, fico a questionar

De onde sai tantas palavras do meu pensar?

Fico aqui a recitar e escrever,

Até perceber que saiu grandes versos,

que um dia já havia em meu consciente escrito,

mas que só agora foi descobrido.

Vivi os meus poemas, e agora vivo esse

Confuso do meu grafar,

Com dificuldade de demonstrar.

Consegue por ventura imaginar,

O quão insatisfeito estou?

Quero sentir e escrever,

Mas as emoções estão em um bolo,

Sem amor e compaixão,

apenas falo alguns detalhes dos meus pensares.

Agora por fim, não sei por quanto tempo

Tal comoção irá continuar, mas até lá,

Terei que me deixar levar,

Para que assim, possa te recitar,

Algumas letras e poemas que ei de escrever.