A pulsão dos contrários

Se o amanhã será como um hoje

O hoje será como o amanhã?

A tal qual a indecifrada pergunta

terei de perguntar para saber tais

respostas digna do meu ser?

Ao escrever não minto.

Falo o que sinto e o que penso.

Mas ao escrever, sinto que vou em um vento,

um vento de tais palavras emboladas para criar frases, Significados e sentidos para o meu ser.

Um mar de indelicadeza

de pensares que passa pelo meu pensar.

Em minha mente, com um toque escuro na alma,

Com um fracasso a cada fracasso

Que hei de retirá-lo de meu ser.

Apenas ao imaginar

Consigo criar a mim mesmo,

a tal insolente uma nova realidade,

Que ao terminar de escrever se vai com o autor.

Como a noite que anseia pelo dia,

e o dia anseia para ver a sua tão sonhada e amada noite.

E de tão receoso que sou,

As vezes penso que sou desonesto

Por ter mais do que os que não tem nada.

Mas e as que te mais que a mim?

Tem a desconfiança de meu ser,

e que possa enfim, desequilibra-los

de tal classe alta.

E agora?

Escreverei mais do que imaginarei,

ou sou imaginarei mais do que pensarei?

Escrever não é fácil,

mas muitas vezes é duro árduo,

mas minha escrita por fim, não é assim. E sim,

de um modo em que me vejo e decifrome nela.

Agora só estou me copiando,

Já que minha escrita

está escrita de algum modo em mim.

Ao infatizarme de tais sabedorias,

Meu ser antes de pensar já estava a se enfatizar de tais pensares e quereres.

Escreverei até querer,

Assim como meu crescer,

Que um dia irá acabar, tal qual,

Esse poema.

Brevemente consigo soltar

palavras que vem de meu ser.

Quantos “de meu ser” terei que dizer,

Para enfatizar que somente

sou eu quem esta a narrar e escrever tal poema rígido e crítico do meu próprio indecifrado viver?

Assim como um autor que se denomina amador,

Me denomino amador de amar o amor

Com um pudor que me invade.

Me vejo criando e decifrando

a escrita que está escrita em meu sangue arfante,

O que me deixa tão ofegante que me desconheço.

A janela em que me escoro,

É somente uma vasta poesia.

Como o universo e o mar,

Sou o poeta que é o poema,

Enfim, a mim chego ao fim.

Coloquei esses últimos versos, embora, sim

quero escrever mais.

Mas será que estará intenso e extenso demais?

Me deixei apenas criar, para que possa enfim me moralizar, o meu ser se valorizar.

Embora sim, outrora terá que terminar.