POETA TRISTE
Ainda restam algumas palavras simples
Ainda sou pequeno poeta querendo ser
Uma grande estrela meio a escuridão
Mas a escuridão não existe!
O que existe é o ângulo
Primado por este ou aquele ponto de vista.
O ponto de vista de cada um
É o somatório de suas experiências
Adquiridas durante a vida,
E não cabe a ninguém
Destruir tudo o que já se construiu
Em relação ao que cada um pensa que pensa.
Não conseguimos compreender algumas
Palavras simples, mas simplesmente
Ignoramos o real e a estrela que
Existe em cada um se apaga,
Pois são enforcadas todas as possibilidades
De termos uma pequena luz
Na escureza da vida
Que seja capaz de nos mostrar
O verdadeiro caminho a ser seguido.
Somos a quem não se mata
Mas somos mortos por eles
Mesmos assim continuamos firmes
Buscando palavras simples
Para dizermos o que sentimos por dentro
Nesse país que não respeita o pensar verdadeiro
E dá espaço às mentiras multiplicadas por milhões
De cliques de idioters
Que enaltece um imprestável,
Destruindo tudo de bom que há na terra.
Sou uma gota de sangue no rosto inocente
Sou a palavra sem som a ser pronunciada
Naquele discurso que não existe
Sou um pequeno poeta que anda triste.
Nem sei se ainda vou continuar existindo.
A solidão por andar sozinho meio à multidão
É forte demais e machuca meu peito por inteiro
E por isto vou navegando as cristas das ondas
Em busca de um amor verdadeiro
Que seja capaz de humanizar
Esse povo que só pensa em ganhar dinheiro.
Dou uma pitada crítica aqui,
Aponto um erro acolá
Dá-me vontade de nem existir
Tamanha falta do pensar
Que permeia nossa sociedade
Que só encontra a felicidade
Nas falsidades do olhar.
Tupaciguara – MG, 201