O Abraço Gélido
Nas sombras frias da noite sem lua,
Caminha a Morte, espreita a sua presa,
Com olhos vazios, de face nua,
Ela é a senhora da angústia acesa.
Seus dedos são garras, de gelo e dor,
Tocam o coração, o sangue congela,
No véu negro da tristeza maior,
Cada sussurro é um grito que sela.
Em becos escuros, de almas perdidas,
Onde a luz nunca ousou habitar,
A Morte sussurra, histórias esquecidas,
De vidas ceifadas, sem chance de amar.
Rostos desfigurados, um desfile macabro,
Ecoam memórias de terror e agonia,
Ela ri, um som gélido e diabo,
Sua presença é o fim, a última via.
No final, só o silêncio resta,
Um vazio que nada pode preencher,
A Morte, cruel em sua festa,
Deixa a vida desfalecer.
E assim, no abraço eterno, gelado,
Todos nós um dia cairemos,
Pois a Morte, no seu manto alado,
É o destino que nunca esquecemos.