O Abraço Gélido

Nas sombras frias da noite sem lua,

Caminha a Morte, espreita a sua presa,

Com olhos vazios, de face nua,

Ela é a senhora da angústia acesa.

Seus dedos são garras, de gelo e dor,

Tocam o coração, o sangue congela,

No véu negro da tristeza maior,

Cada sussurro é um grito que sela.

Em becos escuros, de almas perdidas,

Onde a luz nunca ousou habitar,

A Morte sussurra, histórias esquecidas,

De vidas ceifadas, sem chance de amar.

Rostos desfigurados, um desfile macabro,

Ecoam memórias de terror e agonia,

Ela ri, um som gélido e diabo,

Sua presença é o fim, a última via.

No final, só o silêncio resta,

Um vazio que nada pode preencher,

A Morte, cruel em sua festa,

Deixa a vida desfalecer.

E assim, no abraço eterno, gelado,

Todos nós um dia cairemos,

Pois a Morte, no seu manto alado,

É o destino que nunca esquecemos.

Otto F
Enviado por Otto F em 21/06/2024
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