Vertigem
Há noites em que careço profundamente de significados que preencham o vazio de sentido
que tudo consome e que se converte numa saudade sem nome, ou que talvez tenha o meu,
vivendo em meio à confusão das emoções definitivas que estão nos detalhes onde a vida se esconde.
Ultimamente, é sempre noite.
E nela, como espectadora, assisto de fora, os sinais da estranha beleza daquilo que desmorona por dentro,
diante de um equilíbrio frágil, em um sono que é mais que cansaço,
na velocidade que estraga o tempo de todas as coisas.
No pouco que se faz muito, e nas razões infinitas que acho para justificar a inteireza que deve ter o sentir.
Abandono-me à alegria e ao desespero do que sou, sem o acréscimo do costume de outro alguém.
E se isso for solidão, tudo bem.
Mas talvez seja essa a liberdade, e principalmente a coragem, que a vertigem da profundidade
do viver exige.