Vertigem

Há noites em que careço profundamente de significados que preencham o vazio de sentido

que tudo consome e que se converte numa saudade sem nome, ou que talvez tenha o meu,

vivendo em meio à confusão das emoções definitivas que estão nos detalhes onde a vida se esconde.

Ultimamente, é sempre noite.

E nela, como espectadora, assisto de fora, os sinais da estranha beleza daquilo que desmorona por dentro,

diante de um equilíbrio frágil, em um sono que é mais que cansaço,

na velocidade que estraga o tempo de todas as coisas.

No pouco que se faz muito, e nas razões infinitas que acho para justificar a inteireza que deve ter o sentir.

Abandono-me à alegria e ao desespero do que sou, sem o acréscimo do costume de outro alguém.

E se isso for solidão, tudo bem.

Mas talvez seja essa a liberdade, e principalmente a coragem, que a vertigem da profundidade

do viver exige.

AlineLima
Enviado por AlineLima em 19/06/2024
Código do texto: T8089331
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