Entre Palavras e Paradoxos
Não sei se sou o que sou,
Busco o não óbvio, sou esforço, sou luta,
Palavras ao vento, no que me acuto,
Não quero o tudo, nem o nada, eu vou,
No meio termo, me perco, me escuto.
Fiz de mim o que pude, um ser aflito,
Sou paixão, sou amor, sou brisa, sou grito,
A roupa que visto é pura paixão,
Do orgulho me escondo, na inveja piso,
E sobra só palavra, em contramão.
Quero viver meu amor e voar,
Quero amar, odiar, tolerar,
Quero distância e quero aconchego,
Tenho certeza do meu eu navegar,
Não sei do amanhã, nem do que carrego.
Quero tudo o que me convém,
Quero todas as palavras do além,
Sei o que é certo e errado, eu vivi,
Amo a todos, e tudo, me contém,
E sim, são só palavras que senti.
Sou poeta das minhas próprias dores,
Forjo sentimentos escondendo agruras,
No peito guardo segredos, clamores,
E tudo isso, são só palavras, livres e puras.