Entre Palavras e Paradoxos

Não sei se sou o que sou,

Busco o não óbvio, sou esforço, sou luta,

Palavras ao vento, no que me acuto,

Não quero o tudo, nem o nada, eu vou,

No meio termo, me perco, me escuto.

Fiz de mim o que pude, um ser aflito,

Sou paixão, sou amor, sou brisa, sou grito,

A roupa que visto é pura paixão,

Do orgulho me escondo, na inveja piso,

E sobra só palavra, em contramão.

Quero viver meu amor e voar,

Quero amar, odiar, tolerar,

Quero distância e quero aconchego,

Tenho certeza do meu eu navegar,

Não sei do amanhã, nem do que carrego.

Quero tudo o que me convém,

Quero todas as palavras do além,

Sei o que é certo e errado, eu vivi,

Amo a todos, e tudo, me contém,

E sim, são só palavras que senti.

Sou poeta das minhas próprias dores,

Forjo sentimentos escondendo agruras,

No peito guardo segredos, clamores,

E tudo isso, são só palavras, livres e puras.

Ferrachi Abdtzen
Enviado por Ferrachi Abdtzen em 19/06/2024
Código do texto: T8088980
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