Lágrimas do céu
A chuva cai, lágrimas do céu cinzento,
Deslizando pelas folhas em lamento,
Cada gota um suspiro, um tormento,
Ecoando na terra o sofrimento.
Nas ruas desertas, passos solitários,
Sob o manto molhado, pensamentos vários,
Corações pesados, sonhos precários,
Afogados na tristeza dos cenários.
O som da chuva, melodia entristecida,
Que embala a dor de uma alma perdida,
Reflete nos olhos a lágrima contida,
E na janela embaçada, a vida esquecida.
Os dias de chuva, sombras a espreitar,
Trazem lembranças que teimam em ficar,
Momentos felizes que não vão voltar,
Sob o cinza do céu, o eterno pesar.
Oh, chuva, que lava e também arrasa,
Tua melancolia minha alma abraça,
No teu pranto encontro a dor que passa,
E no teu suspiro, a tristeza que enlaça.
Assim, sigo em meio à tua tormenta,
Sentindo a saudade que o peito alimenta,
Esperando que a chuva, um dia, inventa,
Um fim para a dor que em mim se assenta.