Lágrimas do céu

A chuva cai, lágrimas do céu cinzento,

Deslizando pelas folhas em lamento,

Cada gota um suspiro, um tormento,

Ecoando na terra o sofrimento.

Nas ruas desertas, passos solitários,

Sob o manto molhado, pensamentos vários,

Corações pesados, sonhos precários,

Afogados na tristeza dos cenários.

O som da chuva, melodia entristecida,

Que embala a dor de uma alma perdida,

Reflete nos olhos a lágrima contida,

E na janela embaçada, a vida esquecida.

Os dias de chuva, sombras a espreitar,

Trazem lembranças que teimam em ficar,

Momentos felizes que não vão voltar,

Sob o cinza do céu, o eterno pesar.

Oh, chuva, que lava e também arrasa,

Tua melancolia minha alma abraça,

No teu pranto encontro a dor que passa,

E no teu suspiro, a tristeza que enlaça.

Assim, sigo em meio à tua tormenta,

Sentindo a saudade que o peito alimenta,

Esperando que a chuva, um dia, inventa,

Um fim para a dor que em mim se assenta.

Dáhlio Figueiredo
Enviado por Dáhlio Figueiredo em 16/06/2024
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