Vedor

Tão vagas,

mas tão fluídas

as palavras.

 

Sim, sujeitas

às mil armadilhas

da subjetividade,

no entanto,

depois

que saem de mim, de ti,

não são mais minhas,

são nossas.

 

Sempre me aventuro

ao pensamento,

mas tenho de medo de dizer.

Por isso, escrevo.

É quando consigo balbuciar

e a alma se satisfaz 

do jorro de suas fontes.

 

E o pensamento leva

minhas inquietudes,

mas, também

a fonte de meus mistérios

(meu enigma

que só quem conhece

é o meu coração),

o feitiço pensante... vedor...