FÔLEGO FORTE

Outras esperanças ainda vivas

Campos floridos pelo arrozal

Banquetes estendidos às auroras

Em rosas os beijos ainda existem

Mas as beiras das angústias tristes

Fazem o permanecer quase sozinhos

Aqueles esquecidos pela sociedade

Que vivem à beira do abismo

Nas ruas de grandes violentas cidades.

As cidades abrem seus braços

O sistema quase sempre diz não

As crianças estão famintas

Pedem esmola, pedem pão!

Os assuntos dos intelectuais viram de lado

Agora é o lado oposto da moeda

Agora é os sem terra o tema evidente

Agosto é um mês como outro qualquer

Mas a gosto de diabo vai ser

A luta pela independência da mulher

Rolam sete assuntos por segundos

Dá-se a volta ao mundo

Tudo quanto era prejuízo

Agora é quase tudo novo

A novidade encobre a outra

A moeda é meia falha

A encruzilhada não está na estrada

Está em quase todos os lugares

É uma soma de coisas vulgares

Embora o tempo voe para bem longe

Aqui por perto há enigmas e muita festa

Há também latidos de cachorros a noite inteira

Há, por sinal, um tremendo barulho de som.

Já estou ficando meio louco a tudo isso

Quero um lugar tranquilo para ficar

Quero poder ver o sol brilhar

Quero ficar sorrindo sentado ao luar

Quero assistir o tempo molhando a terra

E a terra produzindo seus frutos

E os frutos nos enchendo abarriga.

Ah!

Como gostaria de ver menos poluição!

Ver o sol sorrindo,

Ver a lua com seus raios prateados,

Ver-me sorrindo feito bobo comtemplando à paisagem.

Aqui na cidade a vida é muito agitada

Qualquer imbecil sabe disso

Mas não suporto a imbecilidade que contribui para isso

Por quase tudo ainda me fascino

Sou aquele pequeno menino

Querendo dar os primeiros passos

Rumo ao mundo bem melhor

Do que esse que temos aqui, agora,

Só que os entraves da vida

Faz-nos sofrer e chorar

Como alguém nos lembra

Em outro poema.

Brasília - DF, 2014.

Este poema terá continuidade.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 10/06/2024
Código do texto: T8083144
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