A vingança

Sem piedade, teço meus desígnios,

Minhas ações visam a própria vantagem,

À busca da gratificação pessoal,

Escrúpulos não me tolhem.

Não me detenho ao infligir dor,

Lealdade é conceito estranho para mim,

Considero-o uma ilusão,

Engano-me na farsa da compaixão.

Apresento-me como um tolo,

Porém, em mim habita o mais nefasto dos venenos,

A todos persuado com maestria,

Com mestria, eles caem na cilada.

Sou a aranha tecendo sua rede letal,

Enredando, sem compaixão,

Manipulo, a todos os incautos.

No recôndito do meu quarto sombrio, me retiro, me isolo,

Forjo artimanhas e, a cada um,

Derramo um pouco de fel, degustado como mel.

E assim, aos poucos, vou definhando,

Cada dia um pouco mais, porém,

Não poupo ninguém, enquanto não sacio,

A sede de vingar, que me apraz.

Não haverá paz, nem darei trégua,

Minha alma sangra, se contorce,

Tudo ao meu redor é sombrio,

E às vezes também choro.

A falta de forças não me detém, sigo adiante,

Sou implacável e o bem,

Não está em meu horizonte,

A vingança é o que me move.

Agora já me conheces, então,

Escolhe teu destino,

Viver na minha escuridão, ou,

Trabalhar pela luz e a paz em teu caminho.

Samu Franco
Enviado por Samu Franco em 10/06/2024
Reeditado em 10/06/2024
Código do texto: T8082711
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.