A vingança
Sem piedade, teço meus desígnios,
Minhas ações visam a própria vantagem,
À busca da gratificação pessoal,
Escrúpulos não me tolhem.
Não me detenho ao infligir dor,
Lealdade é conceito estranho para mim,
Considero-o uma ilusão,
Engano-me na farsa da compaixão.
Apresento-me como um tolo,
Porém, em mim habita o mais nefasto dos venenos,
A todos persuado com maestria,
Com mestria, eles caem na cilada.
Sou a aranha tecendo sua rede letal,
Enredando, sem compaixão,
Manipulo, a todos os incautos.
No recôndito do meu quarto sombrio, me retiro, me isolo,
Forjo artimanhas e, a cada um,
Derramo um pouco de fel, degustado como mel.
E assim, aos poucos, vou definhando,
Cada dia um pouco mais, porém,
Não poupo ninguém, enquanto não sacio,
A sede de vingar, que me apraz.
Não haverá paz, nem darei trégua,
Minha alma sangra, se contorce,
Tudo ao meu redor é sombrio,
E às vezes também choro.
A falta de forças não me detém, sigo adiante,
Sou implacável e o bem,
Não está em meu horizonte,
A vingança é o que me move.
Agora já me conheces, então,
Escolhe teu destino,
Viver na minha escuridão, ou,
Trabalhar pela luz e a paz em teu caminho.