A Graça
A Graça
Eu vejo a vida passar
Nos meus olhos, pela varanda
Vejo quem anda e os dias de neblina
Esse frio que aproxima, abraçam-me
E eu tento redesenhar aqui como um lar
Eu vejo as velas a beira da represa
Alguém com pressa aguarda o pôr-do-sol
E apesar do frio, as águas esquentam em cores
Nunca vi nada igual, eu juro.
Canto algumas noites,
E outras preciso absolutamente de mim.
E julgam o meu silêncio como tristeza
Que indelicadeza - mas eu consigo entender.
Voltei a olhar para mim e para o espelho
Eu envelheci e achei alguma beleza.
Lido com resistência aos traços e marcas
Talvez a caminhada me surpreenda...
Como em meus sonhos
Como no dia a dia e em cada favor não merecido.
A graça.
Victor Cunha