A Graça

A Graça

Eu vejo a vida passar

Nos meus olhos, pela varanda

Vejo quem anda e os dias de neblina

Esse frio que aproxima, abraçam-me

E eu tento redesenhar aqui como um lar

Eu vejo as velas a beira da represa

Alguém com pressa aguarda o pôr-do-sol

E apesar do frio, as águas esquentam em cores

Nunca vi nada igual, eu juro.

Canto algumas noites,

E outras preciso absolutamente de mim.

E julgam o meu silêncio como tristeza

Que indelicadeza - mas eu consigo entender.

Voltei a olhar para mim e para o espelho

Eu envelheci e achei alguma beleza.

Lido com resistência aos traços e marcas

Talvez a caminhada me surpreenda...

Como em meus sonhos

Como no dia a dia e em cada favor não merecido.

A graça.

Victor Cunha

Victor Cunha
Enviado por Victor Cunha em 08/06/2024
Código do texto: T8081565
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