NOVOS TEMPOS
Vai se passando o tempo,
Meu tempo se estreitando,
Afunilando também minha compreensão.
Incompreendo e me assusto,
Entristece-me até e sobretudo,
Assistir a hipocrisia tomando os espaços,
Encurralando a sinceridade tão inofensiva,
Mesmo nas circunstâncias mais banais.
O tempo transcorre e me aguça a percepção,
Das mentiras nuas e cruas se sobrepondo,
E os ouvidos que se fazem moucos,
Ou as mentes já dominadas pelo cotidiano hipócrita.
Quando não, pela reciprocidade,
Em que se entrelaçam os desatinos insanos,
De abraços fortes, crescentes, de invejar ursos,
Da hipocrisia com a demagogia, nas relações tantas.