ATÉ QUANDO?
Nos acostumamos com a barbárie
Que está aqui e acolá
Até quando?
Cenas de dor e sofrimento nos acompanharão
Será que faz parte do processo civilizatório?
Leis que não protegem
Direitos que são falácias
Deveres que se diluem com o tempo
Até quando?
Escrevo para mostrar minha indignação
Poetizo para iluminar as cavernas de nossos líderes
Até quando?
O medo e a opressão conviverão lado a lado
Lugares marcados pela insensibilidade
Onde se outorga a censura e delação
Onde o viver é uma loteria
Onde as liberdades individuais são sonhos distantes
Até quando?
Os avanços tecnológicos servirão ao desmando e a perseguição
Onde as informações são mentiras e falsas
1984 cada vez mais real
Cada vez mais entre nós
Até quando?
Permitiremos o avanço do poder totalitário
Cerceando nossos mais ínfimos direitos individuais
Escrevo para alertar
Escrevo como um grito
Pela liberdade que vão ceifando
Pelo acesso à uma vida sem restrições
Até quando?
Não sabemos, não profetizo
Depois é nunca
O hoje é o agora!