O Futuro a quem pertence

Tem horas que preferia não existir

Outras nem ouvir

Não ver, não sentir

Sumir

Mas é preciso ver o estúpido

Sentir o insulto

Olhar no olho do insano

E ver o tamanho do lixo

A resiliência do ignorante

É maior do que seu próprio tamanho

Toma tento, não invento

Graças a isso, tantos sofrem

E outros tantos morrem

A régua que regula o lucro do capital

Capita vantagem e decapita a vida

A onda que leva é a mesma que traz

Ou nada traz

Não é preciso ser superinteligente

Para saber separar o que convém

Do que não convêm a eles

A mim e eles como na gramática

Tem diferentes acentos

Mas o que prevalece é o agudo, dói na alma

A dor é intensificada quando a fome assola

O frio congela, a água leva, terra escorre

O orgulho cai, a pedra fica

O capital se esvai,

E o homem grita

Neste momento é que penso e insisto viver

Preciso ficar e ouvir, sentir, olhar e agir

Conseguirei, não sei

Luiz Carlos Zanardo
Enviado por Luiz Carlos Zanardo em 02/06/2024
Reeditado em 02/06/2024
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