O Futuro a quem pertence
Tem horas que preferia não existir
Outras nem ouvir
Não ver, não sentir
Sumir
Mas é preciso ver o estúpido
Sentir o insulto
Olhar no olho do insano
E ver o tamanho do lixo
A resiliência do ignorante
É maior do que seu próprio tamanho
Toma tento, não invento
Graças a isso, tantos sofrem
E outros tantos morrem
A régua que regula o lucro do capital
Capita vantagem e decapita a vida
A onda que leva é a mesma que traz
Ou nada traz
Não é preciso ser superinteligente
Para saber separar o que convém
Do que não convêm a eles
A mim e eles como na gramática
Tem diferentes acentos
Mas o que prevalece é o agudo, dói na alma
A dor é intensificada quando a fome assola
O frio congela, a água leva, terra escorre
O orgulho cai, a pedra fica
O capital se esvai,
E o homem grita
Neste momento é que penso e insisto viver
Preciso ficar e ouvir, sentir, olhar e agir
Conseguirei, não sei