Poema Amarelo
Condensa esta forma de amar
num súbito
verso
calcinando
ossos brancos
decorando
olhos brandos
coordena e
direciona
na vogal
a fulgência
das pepitas
tu que
estás fadada
à fluência
na fugaz carne
que gesta o vão orgulho
condenada ao lacre
da metáfora
desmentida
efetivamente
alheia às
rodas de fumo
aos vernizes da arte
com risos e valores anêmicos
mas resguardada
em anel de fadas
emergente nos capins dos campos
rima o frescor das chuvas
com Sol de ouro maciço
do casto helianto
ó mulher que muda
palavras sem
perder o rumo
da fonte borbulhante
da menina de julho
condensa
coordena
e direciona
o poema amarelo
que aqui espero cansado
cansado de
verter o meu pranto
.