DESPEDAÇADO AO REVERSO

uma palavra

confusa

dentro do copo

em restos mortais

de nuvens

brancacinzas

desesperançosa

de amor

ambiental

oceânica

hipocondríaca

de ondas

agitadas

aliás, agitadíssimas

cheias de

hipérboles

tempestades

marrom

presas

na garganta

em gargarejos

atropelados

pelas hélices

do vento

do tempo

do relógio que

impulsiona

as coisas

os verdes adormecidos

os medos amanhecidos

dos carros

estacionados

em cada hiato

danifica a prosopopeia

do universo

e cala o poema

despedaçado

ao seu reverso.

edd wilson
Enviado por edd wilson em 28/05/2024
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