Vestígios
Já me disseram que eu era tudo
Menos eu mesmo
Já teve vezes que tracei caminhos
E vaguei à esmo.
Já tive amores e paixões incríveis
Que jamais conheci
Telas que pincelei pela escuridão
E que nunca descobri.
Certa vez emprestrei meu sorriso
Para um amigo sorrir
Eu já inundei de dor meu coração
Para alguém prosseguir.
Deixei pedras e espinhos na ponte
Que nunca atravessei
Construí um arco-íris enquanto chovia
Em mim, e, dele me sequei.
Eu fiz o erro meu sambar com o acerto
E segui errando
Abracei tantas certezas pela vida
E fui me enganando.
Eu sou um rastro mutável e imutável
Areias e areias sem fim...
O vento leve e tempestuoso da filosofia
Que sopra dentro de mim.
27 de maio de 2014.