NO FIM DAS CONTAS
No fim das contas eu estou sozinho
Como um pássaro que caiu do ninho
E não tem forças para retornar.
No fim das contas ninguém mais se importa
Depois da queda, minha asa ficou torta
Então eu não consigo mais voar...
No fim das contas o futuro é incerto
Eu nunca vi a alegria de perto
Não sei seu cheiro, seu gosto ou sua cor
No fim das contas, vivo a contragosto
E embora haja um sorriso em meu rosto
É só um disfarce para a minha dor.
No fim das contas minha vida é um tédio
Estou aqui no alto desse prédio
Pensando: "será que ainda vale a pena?"
No fim das contas eu sou descartável
Um ser com uma existência miserável
Por que não saio, então, logo de cena?
No fim das contas a conta não fecha
Ser imprestável é a minha pecha
Sinceramente, por que eu nasci?
No fim das contas, sem nenhum alarde
Eu vou partir, antes que seja tarde...
Vai parecer que eu nunca existi...